sábado, 11 de fevereiro de 2012

Conquistaremos outros planetas?


Conquistaremos outros planetas?

A conquista do espaço cósmico pelo homem terreno é apenas uma picada de alfinete na pele do Universo. Assemelha-se às picadas que demos até hoje na pele da própria Terra, sem conseguir penetrar-lhe as entranhas. Ë natural que o homem se orgulhe do seu feito, mas convém não se embriagar em excesso. Para começar, devemos lembrar que os nossos combustíveis são ainda demasiado grosseiros: estamos nos atirando à Lua por meio de foguetes, não dispondo dos recursos de energias apropriadas que a Ciência ainda procura.
O “Livro dos Espíritos” ensina, há mais de cem anos, que os mundos habitados se dividem em categorias, como tudo na Natureza. Há mundos primitivos, habitados por humanidades selvagens como foi a Terra no passado. Há mundos de civilizações rudimentares, como a fase das civilizações agrárias em nosso planeta. Há mundos de civilizações em grau semelhante à nossa e mundos de civilizações superiores. Tudo isso no plano de matéria densa em que vivemos. Mas além desse plano (as pesquisas modernas admitem a existência no cosmos de pelo menos sete estados da matéria já conhecidos) há outros de estados menos densos em que se desenvolvem formas de vida e de civilizações altamente evoluídas.
É claro que só está ao nosso alcance, por enquanto, o plano de matéria densa, o cosmos tridimensional em que vivemos. Em nosso próprio sistema solar há planetas conhecidos, como Júpiter, cuja densidade material os coloca fora do nosso alcance. Na “Revista Espírita” Kardec publicou curiosas comunicações de Espíritos sobre a vida nesse planeta e um desenho mediúnico recebido pelo teatrólogo Victorien Sardou, que era médium. Essas informações mediúnicas, como Kardec advertia, devem ser recebidas com reserva, pois estão condicionadas pela capacidade do espírito comunicante e do médium receptor, além de outras limitações. Servem, porém, para nos dar uma idéia aproximada da vida em outros mundos.
Não há dúvida que poderemos conquistar a Lua, nosso satélite natural que parece pertencer à classe dos “mundos transitórios” da escala cósmica de “O Livro dos Espíritos”, ou seja, um mundo que serve apenas de pouso passageiro a homens espíritos na exploração do espaço. Mas, no tocante a planetas como Vênus e Marte, devemos refrear a imaginação. Tudo depende das condições reais desses mundos. Informações mediúnicas recebidas com reserva por Kardec adiantaram que Marte seria inferior à Terra em evolução e Vênus seria superior. A distância em que os planetas se encontram do Sol não parece influir no seu grau de evolução. Mas tudo isso, como fez Kardec, deve ser posto no condicional: “seria” e não “é”. Mesmo porque a finalidade do Espiritismo, como explicou Kardec, não é oferecer-nos “já feito” aquilo que temos de conquistar pelo nosso esforço no estudo e na pesquisa.
O princípio espírita da pluralidade dos mundos habitados inclui a possibilidade de comunicações entre eles. Mas essa possibilidade depende da evolução dos mundos. Dá-se no espaço o mesmo que na Terra, onde a comunicação entre os continentes só foi possível quando os povos evoluíram suficientemente. É por isso que não devemos temer a “invasão da Terra por conquistadores do espaço”, pois esses, na verdade, serão criaturas mais adiantadas que nós. E não é lógico estabelecermos comparações entre esses navegantes do espaço e os violentos conquistadores da América no mundo atrasado do século XVI. A “conquista” de outros mundos, atualmente, não é uma tomada de posse, mas apenas um estabelecimento de comunicação. Estamos na era das comunicações e não do colonialismo, que chega fatalmente ao seu fim. 

J. Herculano Pires
Homem Novo
 (Lições de Espiritismo / Crônicas)

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