Chico Xavier e Gadaffi
Wellington Balbo (Bauru – SP)
Encontrei Chico Xavier e perguntei-lhe qual sua opinião sobre as comemorações em face da morte de Gadaffi, ex ditador da Líbia que permaneceu mais de 40 anos no poder.
Chico nada respondeu, mas vi duas lágrimas escorrendo-lhe pela face...
Acordei assustado. Era um sonho. Mas não pude deixar de refletir que na morte de Gadaffi não há vitoriosos. Seu governo atrapalhado deixou um rastro de tristeza e sua morte não restitui a destruição causada pelos seus desatinos.
Comemorar o que se a morte não limpa consciência tampouco cria santos?
Comemorar sua captura e sua cabeça colocada a prêmio, como se ele não mais existisse?
Ledo engano de quem pensa ser a morte o extermínio do Ser.
Continuamos existindo e prosseguimos do lado de lá portadores das mesmas virtudes e mazelas.
A Espiritualidade informa que os Espíritos influenciam-nos mais do que sonha nossa vã filosofia.
Logo, fácil concluir que a passagem para o mundo dos invisíveis não vai tornar Gadaffi menos inofensivo.
Ele vai continuar agindo, agora mais sorrateiramente, influenciando mentes e atormentando oponentes.
Portanto, em casos assim não há o que comemorar, apenas lamentar.
Sonhei com as lágrimas de Chico, mas que deveriam ser as lágrimas do mundo por saber que mais uma alma regressa à pátria original sem ter conseguido adquirir nesta escola os princípios básicos de fraternidade.
Lamentavelmente ainda nos comprazemos com a derrota do próximo.
Enquanto vemos pessoas comemorando a violência contatamos o quão longe estamos de compreendermos Jesus, que se expressa de forma sublime segundo Mateus:
“Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam. - Porque, se somente amardes os que vos amam que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos? - Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos? - Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial. (S. MATEUS, cap. V, vv. 44, 46 a 48.)”.
Necessitamos todos, ou quase todos, de um banho diário de Evangelho para não nos esquecermos de que estamos aqui apenas de passagem e cabe-nos, tanto quanto nos seja possível, colaborar com o soerguimento das criaturas e de nós mesmos, seja por meio de orações, palavras e atitudes.
Pensemos nisso.
Wellington Balbo (Bauru – SP)
Wellington Balbo é professor universitário, escritor e palestrante espírita, Bacharel em Administração de Empresas e licenciado em Matemática. É autor do livro "Lições da História Humana", síntese biográfica de vultos da História, à luz do pensamento espírita, e dirigente espírita no Centro Espírita Joana D´Arc, em Bauru.
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