Entendendo as necessidades de separação
Não tire conclusões precipitadas!
"O divórcio é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, de fato, está separado. Não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma o que os homens hão feito e só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a lei divina." (Cap. XXII, Item 5, de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".)
Sei que é duro e até doloroso alguém pensar em separação, no movimento espírita, da mesma maneira como é também duro e doloroso ver um casal, que tem filhos, ter que se separar.
Coitadinha das crianças, como elas vão ficar com os seus pais separados?
Mas é uma realidade, ninguém pode pretender que, em nome dessa “caridade” para com as crianças, os pais continuem "juntos", sob o mesmo teto, brigando, se agredindo mutuamente e até na iminência de ocorrer males piores, como pode ser o fato de um dos dois chegar ao extremo e cometer uma loucura.
É preciso que as pessoas encarem esta realidade.
A doutrina espírita, na sua lucidez e coerência, entende a necessidade do divórcio, porque, como ela mesma diz, “o objetivo é separar, legalmente, o que DE FATO, JÁ ESTÁ SEPARADO”.
Será coerente que nós, espíritas, nos apeguemos em citações do tipo “Que o homem não separe o que Deus juntou”?
Quem disse que foi Deus quem juntou?
Qual é o espírita, que vai querer ser contra a doutrina espírita, por ser a favor da separação, pelo divórcio?
O divórcio não separa, apenas LEGALIZA o que de fato já está separado.
A proposta de divisão do movimento espírita
É feita, lucidamente, com base nessa mesma linha de raciocínio que o Espiritismo nos dá.
Gente, não é o Alamar que está inventando separação nenhuma no movimento espírita, esta separação já existe, DESDE O TEMPO DE KARDEC!!!
Será possível que o movimento espírita é tão despreparado assim, que não conhece os relatos feitos pelo próprio Allan Kardec, falando das canalhices que os espíritas do seu tempo fizeram com ele?
Será preciso relacionar, mais uma vez, neste e-mail, a quantidade de momentos violentos, intolerantes, injustos e desumanos dos espíritas para com ele e as reações dele, colocadas muito claramente em “Obras Póstumas” e na “Revista Espírita”?
Que me desculpem os amigos queridos que me mandam e-mails do tipo:
- “Alamar, acalme-se, aquiete a sua alma”.
- “Alamar, volte a sua mente para o lado bom, vamos olhar o lado bom!”
- “Escreva sobre coisas que constroem”
- “Você deve estar passando por um momento difícil...”
Tenham a santa paciência, mas será que diante de um fato tão sério, nós vamos resolver este problema com essas “bondades” aparentes que muitos espíritas gostam de usar?
Será que é caso de “aquietar alma”, “olhar lado bom” e ficar nessa onda de fingimento, como se nada estivesse acontecendo?
Se um médico está cuidando, por exemplo, de um pulmão danificado por um enfizema, teria alguma coerência uma pessoa dirigir-se a ele e sugerir que esqueça aquele órgão doente, sob a argumentação de olhar para o estômago, os rins, os olhos e os intestinos do paciente, que estão bons e não têm problema nenhum?
O movimento espírita tem cada mania besta, que termina levando o Espiritismo ao ridículo.
A separação já existe. Por que temos que ficar fingindo que não estamos vendo?
Os níveis de agressões e intolerâncias continuam cada vez mais crescentes, sobretudo com a facilidade da internet, que permite, inclusive, que gente extremamente frustrada, derrame todo o seu veneno e descarregue todos os seus traumas e frustrações promovidos pelas suas incompetências.
Vejamos algumas coisinhas:
Hoje todo espírita adora o Dr. Bezerra de Menezes, que é tratado como um santo, muita gente tem foto dele nas paredes dos centros e alguns só faltam acender velas e adorá-lo.
Mas, quando ele estava encarnado, será que existia essa unanimidade toda?
Claro que não. Muito pelo contrário, as lideranças espíritas da época infernizaram a vida dele, que também foi vítima das mais sórdidas acusações e calúnias, como, por exemplo, a de querer tirar proveito político à custa da doutrina. Se o próprio Kardec não foi poupado, como o Bezerra seria?
Chico Xavier sofreu a mesma coisa. Hoje está tudo mundo aí concebendo-o como São Chico Xavier, alguns chegando ao ponto de considerarem a sua obra como mais importante para o Espiritismo que a de Kardec, outros dizendo, inclusive, que ele fora o próprio Kardec reencarnado e todo tipo de adoração que você pode imaginar. Está aí, inclusive, o evento “Amigos do Chico Xavier”, um evento carinhoso mas que alguns o tem como uma verdadeira adoração.
Só mesmo espíritas muito desinformados para não saber o que ele passou, na mão e na língua dos espíritas, principalmente no período que se mudou de Pedro Leopoldo para Uberaba.
Assim foi também com Cairbar Schutel, Leopoldo Machado, Deolindo Amorim, Dona Yvone Pereira e todos os outros. Não teve um, sequer, que não sofresse na língua do movimento!
Agora, a bola da vez é Divaldo Franco, que ainda está encarnado.
Um monte de idiotas, querendo atingi-lo, pessoalmente, resolveu partir para a onda de ataques aos eventos espíritas, realizados em locais confortáveis, que tem despesas e que, por conta disto, precisam ser cobradas taxas de inscrição.
Sempre insinuam, maldosamente, que alguém está querendo ficar rico a custa do evento espírita, insinuação essa que traz o mesmo veneno daqueles que diziam que Kardec estava ficando rico, à custa da doutrina. Impressionante essa palhaçada de acharem sempre que alguém está ficando rico, à custa do Espiritismo. Em que mundo isto seria possível?
Divaldo nunca teve qualquer afinidade com luxo, nunca exigiu luxo e até as lindas gravatas que ele usa... (falar nisto, vocês já perceberam as gravatas que ele vem usando, ultimamente? E o Raul Teixeira também. Quem não observou, que observe)... são presenteadas por amigos queridos, como uma forma de, carinhosamente, dizerem muito obrigado por tanto o quanto eles representam para todos nós.
Quem conhece a “Casa Grande”, que é o cantinho dele, na Mansão do Caminho, como eu conheço, sabe muito bem como ele vive, o que tem lá e como é a vida dele.
No entanto, esses palhaços de mau gosto, tentam dar uma conotação, para jogar as pessoas contra ele, fazendo entender que a sua casa deve ser coisa mais ou menos igual às mansões suntuosas do Edir Macedo, cheias de luxo e ostentações.
Quando é que vai parar isto?
O movimento espírita já está dividindo, há muito tempo!
Há segmentos que é contra tudo e contra todos; há segmentos que odeiam obras, odeiam médiuns, odeiam talvez até a si mesmos; outros se acham no direito de viver patrulhando a vida dos outros e a pretender determinar como os outros devem ou não devem praticar o Espiritismo; uns querem espiritismo de comportamento teatralizado e fingido, outros querem um espiritismo de verdade, com comportamento autêntico, sem máscaras e sem hipocrisia nenhuma...
Como é que pode gente com essa heterogeneidade de cabeças poder conviver juntas?
Não dá mesmo.
A melhor alternativa é que as DIVERSAS CABEÇAS ESPÍRITAS se organizem, nos grupos afins, pessoas que têm as mesmas visões, e sigam os seus caminhos sem encherem a paciência de ninguém e também sem serem incomodadas por ninguém.
Do mesmo jeito que os Presbiterianos seguem a Bíblia conforme as suas interpretações e os Adventistas seguem conforme outro entendimento, sem se chocarem, façamos o mesmo.
Eu, como personalidade espírita, por exemplo, não vou admitir de forma alguma que o segmento espírita xiita venha querer fazer de mim um fantoche das suas interpretações, nunca, porque estaria subestimando a minha inteligência, a minha capacidade de estudar Kardec e a profundidade da doutrina.
Tenho certeza de que milhões de espíritas pensam como eu, assim como outros milhões, talvez, pensem também como os xiitas, como os arautos da apologia ao sofrimento, à mania da pobreza, à mania de patrulhar a vida dos outros, ao achar que tudo tem que ser dado de graça e que vêem o planeta Terra como penitenciária.
Não foi o Alamar quem inventou essa diversidade de pensamentos, ela existe e é fato.
Têm espíritas que fazem preces com um olho aberto e outro fechado, achando que assim estão seguindo o “Orai e Vigiai” que está no Evangelho e não tem que os convençam que orar e vigiar é totalmente diferente disto.
Cada um quer fazer o Espiritismo à sua moda.
Qualquer pessoa pode fundar um centro espírita numa garagem, num local qualquer, tenha ou não experiência, tenha ou não estudo e entendimento da doutrina, tenha ou não bom senso e o faz conforme aquilo que tem na cabeça.
Bastar ficar insatisfeita com o centro onde freqüenta, sai e pronto.
É ou não é assim?
Muitos espíritas abrem o Evangelho, sempre AO MEIO, dizem que foram os espíritos que mandaram abrir ali, saem dizendo“Estou melhor do que mereço” e pronto. Acham que sabem tudo sobre Espiritismo.
Mas não fiquemos pensando que isto é coisa só de “gentinha” não, porque tem muita gente à frente de instituições espíritas, INCLUSIVE GRANDES, que não estão muito acima disto. E haja condenar, criticar, patrulhar, proibir, censurar, boicotar, sabotar, determinar que livro deve ser lido e qual palestrante deve ser escutado... etc.
Gente. Se aparece alguém, na televisão, em palestras e em livros para dizer, por exemplo, que espírita não é obrigado a se vestir de branco em mediúnicas, é natural que, automaticamente, os dirigentes de centros espíritas, que ainda estabelecem esse tipo de padrão, passem a odiar o alguém que disse isto.
Se você diz que ninguém é obrigado a virar as mãos para cima, para receber os passes, a abrir a garrafa para a água ser magnetizada, ficar de olhos fechados para a prece e todas essas coisas, vão ficar com raiva e até odiar esse alguém.
É exatamente o que aconteceu com o Alamar, que audaciosamente invadiu o Brasil inteiro, através do satélite chegando às parabólicas de milhares ou talvez milhões de pessoas, dizendo coisas, tanto ele quanto os seus entrevistados, que não agradaram a muitos malucos que estão à frente de instituições espíritas.
O Alamar fez o freqüentador de centro espírita não ter medo do dirigente, não aceitar doutrina do “porque sim” e do “porque não”, a enfrentar, a questionar e a discordar de coisas absurdas. Bateu de frente com o "dono de centro espírita", "dono do movimento espírita da cidade ou do estado".
Daí a razão pela qual muitos tem verdadeiro pavor, porque querem que os freqüentadores das suas casas continuem cegos, monitorados pelos seus controles remotos.
Só cegos para não perceberem esta realidade.
A separação se faz necessária, sim, ela já existe e basta oficializar.
Com um forte abraçãooooooo.
Alamar Régis Carvalho
Alamar Régis de Carvalho (São Paulo–SP)
Alamar é orador espírita, Analista de Sistemas e Escritor em São Paulo, SP
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