quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

SERÁ QUE AMAMOS A DEUS?

SERÁ QUE AMAMOS A DEUS?





Procurei-Te desarvorado e triste pelas terras distantes em loucas aventuras com os outros e não consegui Te encontrar.
Aonde chegava meus pés, encontrava as marcas dos Teus.
Na expectativa em vão, defrontei-me um dia com duas estrelas que se apagavam nos olhos de uma menina abandonada
E amei-a
A Tua voz no rio cantante, a musicalidade da criança em sua carência fez-me encontrar nós três:
A ti o próximo, a mim e a Vós Soberano Senhor da minha vida.

RABINDRANATH TAGORE

Portanto só é possível amar a Deus se eu amo o outro e só é possível se eu encontrar comigo mesmo.
Então é uma trindade: Ninguém pode amar a Deus que é o amor maior se não ama o outro, mas ninguém pode amar o outro se não amam a si próprio

Esse dinamismo do amor que nos envolve fala do divino. O divino está numa mãe que abraça o seu filho, de um companheiro que abraça uma criança de rua, ali há a caridade se manifestando a excelência da amorosidade que faz parte da regulação do Universo que pulsa amor. Quando amamos estamos no concerto cósmico, estamos na grande orquestração divina


Sabemos através dos Espíritos que Deus está em nós o tanto que já podemos estar nele, levando-nos à compreensão de que precisamos ter amor para amar a Deus. Nesse estudo “ Amar a Deus sobre todas as coisas” essa dialética da amorosidade ao que Allan Kardec somou “ Fora da caridade não há salvação” que resume esse amor esplendente a Deus, que se manifesta nessa relação de profundidade com outro.

A tentativa de estabelecer esse amor maior a Deus, gera muitas vezes uma desconexão, eu posso me isolar do mundo para adorar a Deus quando meu irmão morre ali do lado sofrendo da carência da penúria e eu me mobilizo no não trabalho, adorando o divino isso talvez seja uma deformidade desse amor ao divino.


Outras pessoas na tentativa de amar os outros, nessa ânsia de colocar esse amor em ação, esquecem-se do divino e de si próprios e esse amor é pesado é duro,é cobrador, então não é um amor é mais uma cobrança é mais um processo compulsivo é mais culpa do que de amor. Há outros que querem se amar e se refugiam no egoísmo achando que amando-se é o amor maior.

Existem pessoas que têm o coração transbordando de amor e que dedicam esse sentimento a animais, a plantas e mesmo a objetos materiais, são uma espécie de solitários, de insociáveis queixando-se da humanidade em geral, resistindo contra o pendor natural da sua alma que procura, à sua volta, a afeição e a simpatia; rebaixam a lei de amor à condição de instinto.


Amar a si próprio é de duplo sentido... Amar a si mesmo não é servir às suas paixões, mas sim ao eu que já existe dentro de você. Quando ama a si mesmo buscando sempre se contentar, ou seja, que suas paixões e desejos se realizem, não amou a si mesmo, mas ao ser humano que imagina ser. Para você se amar precisa se libertar das condições para ser feliz. O amor a si mesmo está concentrado justamente na compreensão de que já é feliz e não precisa de nada que lhe faça feliz...


Para que esse amor floresça em cada um de nós em sua essência plena, a que se trabalhar persistentemente, sem esmorecer. No caminho da vida, o esforço próprio é indispensável. “Precisamos desalojar o ódio, a inveja, o ciúme, a discórdia de nós mesmos, para que possamos chegar a uma solução em matéria de paz, de modo a sentirmos que os tempos são chegados para a felicidade humana.”




Muita paz!
Nilton Carvalho