quinta-feira, 1 de março de 2012

A paciência-Obediência e resignação-A cólera



A paciência

 A dor é uma benção que Deus envia a seus eleitos,portanto, não vos aflijais quando sofrerdes, ao contrário, bendizei a Deus Todo-Poderoso que vos marcou pela dor aqui neste mundo, para a glória no céu.
Sede pacientes; a paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei da caridade ensinada pelo Cristo, enviado por Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas; existe, porém, uma muito mais penosa e bem mais meritória: é a de perdoar aqueles que Deus colocou no nosso caminho, para serem os instrumentos de nosso sofrimento e submeterem à prova a nossa paciência.
A vida é difícil, eu sei; ela se compõe de mil insignificâncias que são como picadas de alfinetes que acabam nos ferindo. É preciso, no entanto, olhar os deveres que nos são impostos e, por outro lado, as compensações e consolações que recebemos, então constataremos que as bênçãos são muito mais numerosas do que as dores.
O fardo que carregamos parece menos pesado, quando olhamos para o alto do que quando curvamos a cabeça para a terra.
Coragem, amigos, o Cristo é vosso modelo; Ele sofreu mais do que qualquer um de vós, e nada fez que pudesse ser reprovado, enquanto que tendes que expiar o vosso passado e vos fortificar para o futuro. Portanto, sede pacientes, sede cristãos; essa palavra resume tudo. (Um espírito amigo. Havre, 1862.)


Obediência e resignação


 A doutrina de Jesus ensina, por toda a parte, a obediência e a resignação, duas virtudes que acompanham a doçura, e que são muito ativas, embora os homens as confundam, erradamente, com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração. As duas são forças ativas, pois levam o fardo das provas que a revolta insensata deixa cair. O covarde não pode ser um resignado, assim como o orgulhoso e o egoísta não podem ser criaturas obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes que a antigüidade materialista desprezava. Ele veio no
momento em que a sociedade romana naufragava nos desmandos da corrupção; Ele veio fazer brilhar, no meio da humanidade oprimida, os triunfos do sacrifício e da renúncia à sensualidade.
Cada época é marcada pela virtude ou pelo vício que deverão salvá-la ou perdê-la. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vício é a indiferença moral. Digo, somente, atividade, porque o gênio se eleva de repente e descobre, sozinho, os horizontes que a multidão só verá depois dele, enquanto que a atividade é a reunião dos esforços de todos para atingir um objetivo menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época. Submetei-vos ao impulso que viemos dar aos vossos espíritos; obedecei à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Infeliz do espírito preguiçoso, daquele que fecha o seu entendimento!
Infeliz dele! Porque nós, que somos os guias da humanidade em marcha, o chicotearemos, e forçaremos a sua vontade rebelde, com o duplo esforço do freio e da espora; mais cedo ou mais tarde toda a resistência orgulhosa deverá ceder, mas bem-aventurados os que são mansos, porquanto ouvirão docilmente os ensinamentos. (Lázaro. Paris, 1863.)


A cólera


 O orgulho faz com que a criatura se julgue superior ao que é realmente, e não suporte passar por uma comparação que possa rebaixá-la; faz também com que se considere de tal forma acima dos seus semelhantes, seja em apti–dão, seja em posição social, seja em vantagens pessoais que o menor paralelo a irrita e a fere; e então o que acontece?
Ela se entrega à cólera. Procurai a origem desses acessos de demência passageira, que vos fazem perder o sangue frio e a razão e vos assemelham ao bruto; procurai, e quase sempre achareis o orgulho ferido como base de tudo. Não é o amor-próprio que, ferido por uma contradição, vos faz rejeitar observações justas, e repudiar com cólera os mais sábios conselhos?
Até mesmo as impaciências, causadas por contrariedades,muitas vezes pueris, dependem da importância que atribuís à personalidade, diante da qual julgais que todos se devem curvar.
No seu desvario, o homem colérico se revolta contra tudo, desde a natureza bruta aos objetos inanimados que ele quebra porque não lhe obedecem. Ah, se nesses momentos ele pudesse se ver a sangue frio, teria pena de si mesmo, ou se acharia bem ridículo. Que julgue por aí, a impressão que deve causar nos outros. Ainda que seja por respeito a si mesmo, ele deveria se esforçar para vencer uma tendência que o faz digno de piedade.
Se pensasse que a cólera não serve para nada, que altera a saúde, compromete até a sua vida, ele perceberia que é a sua primeira vítima; mas existe ainda uma consideração que deveria detê-lo: o pensamento de que torna infelizes todos aqueles que o cercam. Se tem coração, não deve sentir remorsos por fazer sofrer as pessoas que mais ama? E que remorso mortal não sentiria se, em um acesso de fúria,
cometesse um ato do qual tivesse que se arrepender por toda a sua vida.
Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede que se pratique muito mais o bem permitindo que se possa fazer muito mais o mal. Isso deve ser suficiente para induzir o homem a empreender esforços para dominá-la. O espírita, aliás, é induzido a isso por outro motivo, o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs. (Um espírito protetor. Bordeaux, 1863.)


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Bem-aventurados os que são mansos e pacíficos

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