segunda-feira, 11 de junho de 2018


"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus."
Mt.5:3

CARENTES E FELIZES

'BEM-AVENTURADOS" - Felizes sob o aspecto espiritual, felizes aos olhos de Jesus. Sob o ponto de vista material são tidos como venturosos os que contam vitórias sobre vitorias no conceito do mundo. São os que aparecem portando riquezas e bens, cujas origens nem sempre são caracterizadas como dignas. Afortunados do momento, quando não sabem conquistar e administrar com justiça, assegurando paz ao coração e bem ao semelhante. Nestas condições, os valores materiais passam a ser valiosos instrumentos para extensão do trabalho e do Amor, sob as bênçãos do Criador.
No entanto, nem sempre temos sido "felizes" na condução dos recursos que detemos por empréstimo, transformando-os, sob a sombra do egoísmo, em algemas que nos escravizam, retardando a marcha pela criação de elementos geradores de lágrimas e sofrimentos.

"OS POBRES DE ESPÍRITO,' - Ante a multidão, "pobre de espírito", pode ser compreendido como a individualidade que adota posição de descrente e insensato, sendo excluído  dos benefícios do reino dos céus por eleição pessoal, enquanto se mantiver nesta faixa vibratória. Definida tal posição, acionam-se os componentes da Lei de Causa e Efeito, quando o ser passa a colher dores e amarguras que se transformam em molas mestras de fatores indutores, levando-o a visualizar ângulos de consciências superiores.
Na ótica evangélica, pobres de espírito são os humildes. Os que, examinando-se, sentem o peso e a extensão das próprias necessidades de renovação. São os que se reconhecem sempre necessitados dos valores espirituais. A identificação desses padrões pessoais é necessária a cada um que se posicione dentro do versículo. Assim, poderá perceber se é ou não "carente" das orientações de que o Cristo é o Sublime Doador. PORQUE DELES É O REINO DOS CEUS;" - Este é estado de alma. Estará no reino dos céus aquele que usufruir de equilíbrio, verdade, Amor, trabalho e humildade acima de tudo.
Ora, o pobre de espírito nutre o princípio de que todos podem ser melhores, mais instruídos e mais experientes do que ele. Daí sua prudência, em todas as circunstâncias, e em qualquer lugar.
Fala baixo, porque admite que outros desfrutam de mais autoridade. Ocupa os últimos assentos, porque aceita que há outros mais importantes. Tem opiniões próprias, mas não as impõe, porque cada um pode ter suas idéias.
Sofre resignado, porque Deus é justo. Quando erra, constata mais uma vez a presença das próprias imperfeições.
Perdoa sempre, porque constantemente carece de ser perdoado. Ajuda sempre, porque reconhece que não consegue viver sem a colaboração de terceiros. A todo momento dá graças a Deus, porque são muitas as expresses de misericórdia em sua existência...
Nem por isso, contudo, deixa de ser a luz do mundo, o sal da Terra. "Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.“          Mt.5:4 
LÁGRIMAS

“BEM-AVENTURADOS OS QUE CHORAM," - O Sermão do Monte é um dos mais lindos discursos de Jesus, canalizando aos corações alentadas esperanças de sustentação e consolo.
Até a vinda d'Ele, a marginalização era a vala comum dos pobres e desvalidos. A partir de então, abrem-se as válvulas de uma nova visão com o investimento pleno em dias melhores.
A austeridade da Lei, sem perda de sua legitimidade, cede lugar, dentro dela mesma, aos dispositivos da misericórdia, até aquele momento sufocada pela intolerância.
Os que choram serão consolados. Muito mais gratificante quitar que adquirir-se novas dívidas nos meandros do destino. A mensagem evangélica, apontando as verdadeiras sementes da felicidade, de colheita a tempo certo, traz também os instrumentos da consolação, capazes de minorar a dor, sanear a tristeza, secar o pranto vertido por aqueles que se abrem para uma vida em bases mais gratificantes.
Quem consegue visualizar com claridade a marcha do progresso, já pode depreender que as lágrimas, de acordo com a vibração que as emolduram, não apenas lavam o coração. Descem pelo rosto, limpando as marcas que o desfiguram, sugerindo ao espírito sofrido abrir-se para o sol e para as oportunidades de um novo dia.
Lavando os olhos, instrumentos abençoados de nossa interação com os seres e as coisas, proporcionam-nos uma ótica mais nítida da existência.
A observação mais ampliada da Divindade, não apenas favorece a identificação de recursos de reconforto, mas aponta, com nitidez, várias frentes de trabalho, para aguardarem a sensibilização do coração, sofrido e embatido, para as empreitadas de ação no Bem, acionadas, a partir de si mesmo, na extensão do Amor. Descobre-se, nesse instante, o caminho certo da alegria espiritual, disponível a todos os presentes nos diversos parâmetros do Universo. 
'PORQUE ELES SERÃO CONSOLADOS." – A consolação e atitude cristã que alivia o que sofre e engrandece o que a sustenta e canaliza. Seria ela, no entanto, ação exterior que, pelo veículo da verbalização canalize apenas lenitivo de curta duração?
A Doutrina dos Espíritos, concretizando o advento do Consolador, projeta mais amplamente o tema. O ato de consolar não pode ficar restrito a momento de balsamização de emergência. Representa a introjeção de conteúdo que alivia e de elementos que promovam o necessitado e entristecido para os patamares de trabalho, assegurador indiscutível da libertação definitiva com o Cristo. O "fora da caridade não há salvação", aforisma básico do Espiritismo, é e continuará a ser, segundo as sábias orientações da Espiritualidade, o roteiro seguro de saúde, segurança e reconforto para todos que, sofridos nos embates da jornada, buscam consolar e acionar a esperança junto dos mais sofridos no âmbito das experiências cotidianas.  
"Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;"
Mt.5:5

MANSUETUDE E HERANÇA

'BEM AVENTURADOS" - Felizes, venturosos, afortunados. A bem-aventurança ou a felicidade espiritual vem sendo prometida no decorrer dos séculos e aguardada com ansiedade por todos que se aproximam dos interesses espirituais ou que com eles se identificam. Sem uma perfeita noção de como conquistá-la muitos a esperam ou a buscam mediante afirmativas ou posicionamentos puramente exteriores.
A Doutrina Espírita, abrindo perspectivas otimistas quanto ao entendimento da mensagem evangélica, nos aponta que qualquer conquista nesse terreno é sempre resultado do trabalho perseverante com base na firme disposição de reeducar-se.

"OS MANSOS," - Brandos, pacíficos, serenos. Só podem ser mansos os que são menos egoístas, que pensam menos em si mesmos. Os contentes com o que possuem. Os não ambiciosos. Haverá paz Íntima quando não  houver luta  externa com  caráter de  posse. lsso não significa, no entanto, ausência de ânimo, de disposição para progredir.

'PORQUE ELES HERDARÃO A TERRA;" -  Herdar é receber por herança. E é isso o que realmente tem acontecido. Desfrutamos, por misericórdia, inclusive da bênção de viver neste orbe.