sábado, 13 de abril de 2013

É possivel ser feliz no casamento





É possivel ser feliz no casamento - Palestra com Ismael Batista da Silva




Palestra de Ismael Batista da Silva realizada no C.E. Caminheiros do Bem no dia 07/04/2013 durante o 35º Mês Espírita de Auriflama/SP.
Tema: É possivel ser feliz no casamento

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Haroldo Dutra - Seminário Paulo e Estêvão




Seminário realizado em janeiro de 2013, na Federação Espírita Paraibana, dentro da programação do V Congresso Espírita Paraibano, com tema central: O amanhecer de uma nova era.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O Evangelho ea Casa Mental - Parte I e II


  • Carlos Alberto Braga



 
O Evangelho e a Casa Mental - Parte I from FEEAK - Frat. Est Espíritas AK on Vimeo.
1 ª Parte da palestra realizada los 2013/02/03, nd CEEB - Curitiba / PR. Tema:. Ó Evangelho ea Casa Mental Palestrante: Carlos Alberto Braga



 
O Evangelho e a Casa Mental - Parte II from FEEAK - Frat. Est Espíritas AK on Vimeo.
2 ª Parte da palestra realizada los 2013/02/03, nd CEEB - Curitiba / PR. Tema:. Ó Evangelho ea Casa Mental Palestrante: Carlos Alberto Braga

sábado, 6 de abril de 2013

O Mundo Espiritual para o mundo físico na obra de Andre Luiz




Haroldo Dutra Dias aborda O Mundo Espiritual para o mundo físico na obra de Andre Luiz - Semana Espírita da União Espírita Mineira de 2012.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Do individuo como representação coletiva


  1. Do individuo como representação coletiva

Na tribo ou na horda, nas civilizações agrárias ou nas civilizações teocráticas, o indivíduo é apenas uma peça da engrenagem social. Funciona segundo as exigências do meio, guiado pelas forças operantes da estrutura sócio-cultural. Denis de Rougemont demonstrou como essas forças determinam a sujeição absoluta do indivíduo à estrutura. Quando ele se reconhece dotado de características próprias, realizando-se na transcendência horizontal da relação social, destaca-se da massa. Corre então o risco da excomunhão. Mas se dispuser de estrutura individual suficientemente unificada (personalidade) poderá elevar-se sobre o meio, iniciando a fase da transcendência vertical. Nesse caso ele se projeta como uma forma de representação coletiva. Será então o chefe, o líder, o guia, integrando o grupo dirigente da comunidade, a sua inteligência. Mas assim mesmo estará freado pelos condicionamentos sociais, terá de fazer concessões à moral social, aos sistemas estabelecidos, às crenças vigentes, ao contexto geral da tradição. Se quiser sobrepor-se a esses fatores poderá ser esmagado pela pressão da massa, traduzida nas sanções institucionais. Foi o caso de Sócrates, como foi o caso de Jesus.
Nas civilizações sociocêntricas do passado, que se desenvolviam isoladas, esse processo de representação coletiva, que na tribo se dividia entre o cacique e o pajé – o primeiro representando o poder humano, o segundo o poder espiritual, fundiu-se na síntese do Rei-Deus, sagrado e ungido para dirigir e defender o povo. A reação natural à rigidez dessa institu-cionalização perigosa se fez sentir no campo das manifestações paranormais, através de profetas, oráculos e pitonisas. João Batista, degolado por ordem de Herodes, é talvez o símbolo mais vigoroso da profecia social como revolta contra a sagração artificial dos reis-deuses. Mas a representação coletiva atingiu o seu ponto máximo na figura do Messias – o sol fecundador das messes após as agruras do inverno, segundo a tese mitológica. Os messias eram os salvadores e ao mesmo tempo os vingadores, os que vinham salvar os humildes e castigar os poderosos. Investidos da sagração divina pelo próprio Deus, centralizavam, na sua individualidade privilegiada, os poderes da Terra e do Céu. Os seus ensinos constituíam uma revelação divina; pela boca desses arautos falava o próprio Deus.
Kardec analisou esse processo e definiu as revelações messiânicas como pessoais e locais, típicas das civilizações isoladas, dirigidas a uma comunidade determinada em sua localização geográfica. Nos fins do ciclo de isolamento, quando a síntese sócio-cultural greco-romana tentava abranger o mundo e criava condições novas de vida, o messias judeu, Jesus de Nazaré – que mais tarde seria designado, significativamente, pelo nome do messias grego: Cristo, apresentou-se ainda como revelador pessoal e local, mas já abrindo perspectivas, em seus ensinos, para a universalidade que caracterizaria o desenvolvimento do Cristianismo, rompendo ao mesmo tempo o sociocentrismo judeu e as pretensões romanas de hegemonia. A reação, tanto judaica quanto romana, foi esmagadora, mas não conseguiu deter o fluxo natural da evolução humana. A Igreja Cristã, formada segundo os modelos judaico e pagão, por força das determinantes históricas, apresenta-se então como curiosa síntese do Templo de Jerusalém e do Capitólio. A Cadeira de São Pedro substitui, ao mesmo tempo, a Cadeira de Moisés e o Trono de César. O Deus-Pai de Jesus se reveste das características de Júpiter Capitolino e Roma volta a dominar o mundo. O Bispo de Roma transforma-se na representação coletiva das massas bárbaras convertidas ao Cristianismo. Na figura do Papa concentram-se os poderes da Terra e do Céu.
Entretanto, no milênio medieval o processo dialético prossegue, lento e seguro. Um mundo novo está fermentando nas querelas absurdas e uma nova revelação está sendo elaborada nas suas entranhas psíquicas. A Filosofia Grega inflama o pensamento cristão, despertando-o para a compreensão dos poderes do homem, do valor intrínseco do ser humano. O dogma da encarnação humana de Deus, reflexo das teorias egípcias e indianas do avatar búdico, produz efeitos contraditórios. De um lado, reforça temporariamente o conceito do homem-deus do passado; de outro lado, desperta a atenção dos pensadores para os poderes divinos do homem. A subver-são vai se confirmar nessa linha com o desenvolvimento do Humanismo. A Ciência renascerá das cinzas de Aristóteles e o homem se fará o revelador racional dos mistérios encobertos pela mística religiosa.
As revelações pessoais e locais estão definitivamente superadas. Os messias do passado tornam-se místicos ignorantes, incapazes de revestir-se dos poderes da representação coletiva. A Revolução Francesa proclamará a supremacia da razão sobre todo o passado fideísta. Kardec poderá então distinguir dois tipos de revelação, ambos divorciados da mística e do mistério: a revelação científica, feita pelos pesquisadores dos mistérios da Natureza, e a revelação espiritual, feita através da mediunidade e da pesquisa dos fenômenos paranormais, das condições do mundo supra-sensível. A partir desse momento as revelações pessoais, locais ou não, não terão nenhum sentido. A verdade não pertence a ninguém em particular, a nenhum profeta, messias ou vidente. É um patrimônio comum, ao alcance de todos os que se esforçam para descobri-la. A revelação é coletiva.
O indivíduo como representação coletiva existiu e funcionou nas dimensões do passado, como exigência natural de um mundo fechado em si-mesmo, incapaz de superar os condicionamentos sócio-mesológicos de cada civilização isolada, entregue às suas próprias forças. No mundo novo que surgiu da abertura cristã, tendo por paradigma a especulação ateniense e por bússola a mensagem racional do Evangelho, não há mais lugar para a autoridade individual no tocante à problemática da verdade, que brota do real-em-si e não das interpretações individuais, sujeitas a condicionamentos desconhecidos. Nenhum indivíduo transformado em representação coletiva e nenhum colégio de iluminados por sabedoria infusa pode decretar a verdade. A Filosofia dedutiva e sistemática do passado cedia lugar à lógica indutiva, liberta das predeterminações arbitrárias dos sistemas.

J. Herculano Pires

segunda-feira, 1 de abril de 2013

A GUERRA DO PARAGUAI




A  GUERRA  DO  PARAGUAI



O segundo reinado, depois das angustiosas ex­pectativas do período revolucionário, atravessava uma época de paz, em que se consolidavam as suas conquistas no terreno da ordem e da liberdade.
D. Pedro II, à medida que ia ampliando o pa­trimónio das suas experiências em contacto com a vida e com os homens, amadurecia, cada vez mais, as belas qualidades do seu coração e da sua inteli­gência. Suas virtudes morais granjearam para a sua personalidade mais que a simpatia popular, pois o generoso imperador, de cuja dotação se beneficiavam tantos pobres e se educavam inúmeros estu­diosos sem recursos, vivia aureolado pela veneração carinhosa das multidões. Dado à arte e à filosofia, sua notoriedade, nesse sentido, alcançou os próprios ambientes da cultura europeia, onde seu nome se impunha à admiração de todos os pensadores do sé­culo. No problema constitucional, todavia, o impera­dor muitas vezes se abstraía dos textos legais para consultar os interesses gerais da nação, norteando-se muito mais pela imprensa que pela opinião pessoal dos seus ministros, o que desgostava profundamente os políticos da época, que encaravam essas atitudes como impertinências do monarca republicano da América, afigurando-se-lhes que ele se deixava atrair pelas resoluções ilegais. A verdade, contudo, é que o Brasil nunca atravessou um período de tamanha liberdade de opinião. Somente as nacionalidades de origem saxônia gozavam, a esse tempo, no planeta, da mesma independência e das mesmas liberdades públicas. Numerosas conquistas, nesse particular, se consolidaram sob a administração do imperador ge­neroso e liberalíssimo. Em 1850 iniciava-se a plena supressão do tráfico negro, realizando-se a abolição, por etapas altamente significativas. Em 1843, Dom Pedro II desposara D. Teresa Cristina Maria, prin­cesa das Duas Sicílias, que viria partilhar com ele, no sagrado instituto da família, da mesma abnega­ção e amor pelo bem do Brasil.
No mundo invisível, as falanges de Ismael não se descuravam da Pátria do Evangelho, enviando para a administração do segundo reinado os elevados espíritos que seriam colaboradores do grande impe­rador na solução dos relevantes problemas da abo­lição, da economia e da liberdade. Foi assim que, naquela época de organização da pátria, apareceram homens e artistas extraordinários, como Rio Branco e Mauá, Castro Alves e Pedro Américo, que vinham com elevada missão ideológica, nos quadros da evo­lução política e social da Pátria do Cruzeiro.
O homem, porém, terá de constituir o patrimó­nio do seu progresso e iluminar o caminho da sua redenção à custa dos próprios esforços e sacrifícios, na senda pedregosa da experiência individual. Ora, em meio dessas lutas, o poder moderador da Coroa não conseguiu eliminar certo fundo de vaidade, que se foi estratificando na alma nacional, fazendo-lhe sentir a sua supremacia sobre as demais nações ame­ricanas do Sul. Dentro dessas ideias perigosas da vaidade coletiva, sentia-se o Brasil, erradamente, com o direito de interferir nos negócios dos Estados vizinhos, em benefício dos nossos interesses. Ë verdade que os países de colonização espanhola sempre tra­tavam o Brasil com mal disfarçada hostilidade, de­sejando reviver no Novo Mundo os antagonismos raciais da velha península; não competia, porém, à política brasileira exorbitar das suas funções, no in­tuito de assumir a direção da casa dos seus vizinhos.
De 1849 a 1852, o Brasil interferiu nas questões da Argentina e do Uruguai, contra a influência de Rosas e Oribe. O caudilho Ortiz de Rosas trazia a civilização platina sob um regime de crueldade e tirania; diversas vezes provocara o Brasil com o seu ânimo despótico, que chegou a fazer no Prata mais de vinte mil vítimas e, irrefletidamente, o Império prestigiou a Urquiza, outro caudilho, que governava Entre-Rios, a fim de eliminar o tirano. Pela influên­cia dos seus militares mais dignos, as tropas brasi­leiras depuseram Oribe e no combate de Monte Ca-seros destruíram para sempre a influência do déspota, que humilhava Buenos Aires. Enquanto as bandeiras do Brasil regressam triunfantes com o Conde de Porto Alegre e o povo festeja a vitória das suas armas, os países da América do Sul olham descon­fiadamente para a supremacia arrogante da política brasileira, no propósito de se colocarem a salvo das suas indébitas intervenções.
Após uma das festas que comemoravam os acon­tecimentos, D. Pedro II se retira silenciosamente para o recanto do seu oratório particular. Com o espírito em prece, contempla o Crucificado, cuja imagem parece fitá-lo cheia de piedade e doçura. Nas asas brandas do sono, o grande imperador é então conduzido a uma esfera de beleza esplêndida e inenarrável. Parece-lhe conhecer as disposições particulares daquele sítio de doces encantamentos. Aos seus olhos atónitos surge, então, o Divino Mestre, que lhe fala como nos maravilhosos dias da res­surreição, após os martírios indizíveis do Calvário, assinalando as suas palavras com sublime brandura: — Pedro, guarda a tua espada na bainha, pois quem com ferro fere com ferro será ferido. A tua indecisão e a tua incerteza lançaram  a Pátria do Evangelho numa sinistra aventura. As nações, como os indivíduos, têm a sua missão determinada e não é justo sejam coagidas no terreno das suas liberda­des. O lamentável precedente da invasão efetuada pelo Brasil no Uruguai terá dolorosa repercussão para a sua vida política. Não descanses sobre os louros da vitória, porque o céu está cheio de nuvens e deves fortificar o coração para as tempestades amargas que hão de vir. Auxiliarei a tua ação, atra­vés dos mensageiros de Ismael, que se conservam vigilantes no desenvolvimento dos trabalhos sob a tua responsabilidade no país do Cruzeiro; mas, que as tristes provações gerais, em perspectiva, sejam guardadas como lição inesquecível e como roteiro de experiência proveitosa para as tuas atividades no trono.
D. Pedro II, depois daquele sono curto, na inti­midade do oratório, sono preparado pelas forças invi­síveis que o rodeavam, recolheu-se ao leito, cheio de angústia e de ansiosa expectativa.
Os anos não tardaram a confirmar as advertên­cias do Senhor, que é a luz misericordiosa do mundo. Em 1865, quando o Brasil procurava interferir novamente nos negócios do Uruguai, impondo a sua von­tade em Montevidéu, o Paraguai se sentiu ameaçado na sua segurança e se declarou contra o Brasil, fe­rindo-se então a guerra que durou cinco longos anos de martírios e derrames de sangue fraterno.
O Paraguai, como os outros países vizinhos, vivia reduzido à condição de feudo militar. A lei mar­cial imperava ali sistematicamente e Solano López não receou arrastar o seu povo àquela terrível aven­tura. Sua personalidade, como político, não era infe­rior à dos caudilhos do tempo e grandes valores poderiam ser incorporados às suas tradições de chefe, muitas vezes apresentado como tirano cheio de cruel­dades nefandas, se os frequentes desastres das armas paraguaias e os triunfos do Brasil não acabassem por desorientá-lo inteiramente, levando-o a queimar o último cartucho da sua amargurada desesperação e a perder a posição nobre que a História indubita­velmente lhe reservaria.
Aliando-se aos seus amigos da Argentina e do Uruguai, o Brasil afirmou, com a vitória, a sua sobe­rania. O próprio imperador visitou o campo de ope­rações bélicas em Uruguaiana, onde assistiu à ren­dição de seis mil inimigos. Os militares brasileiros ilustram o nome da sua terra em gloriosos feitos, que ficaram inesquecíveis. Mas, o país do Evangelho sempre foi infenso às glórias sanguinolentas. Estero Belaco, Curupaiti, Lomas Valentinas, Tuiuti, Curuzu, Itororó, Riachuelo e tantos outros teatros de luta e de triunfo, em verdade não passaram de etapas dolo­rosas de uma provação coletiva, que o povo brasi­leiro jamais poderá esquecer.
A realidade, entretanto, é que o Brasil retirou desse património de experiências os mais altos bene­fícios para a sua política externa e para a sua vida organizada, sem exigir um vintém dos proventos de suas vitórias. A diplomacia brasileira encarou de mais perto o arbítrio inviolável dos países vizinhos e uma nova tradição de respeito consolidou-se na administração da terra do Cruzeiro. Nunca mais o Brasil praticou uma intervenção indevida, trazendo em testemunho da nossa afirmativa a primorosa organização da nacionalidade argentina que, apesar da inferioridade da sua posição territorial, compa­rada com a extensão do Brasil, é hoje um dos países mais prósperos e um dos núcleos mais importantes da civilização americana em face do mundo.


Livro: “Brasil, Coração do Mundo – Pátria do Evangelho”.
Espírito: Humberto de Campos. Psicografia: Francisco Candido Xavier.