terça-feira, 1 de novembro de 2011

SUICÍDIO - Desgosto da Vida


SUICÍDIO - Desgosto da Vida



Na questão 943, de O Livro dos Espíritos, Kardec indagava qual seria a causa do desgosto pela vida que se apoderava de certas pessoas sem causa aparente. Ao que os Espíritos responderam: “Efeito da ociosidade, da falta de fé, e, às vezes, da saciedade (...).” Analisemos individualmente cada item:

OCIOSIDADE: começa pela atitude mental invigilante, uma vez que, ao mantermos a mente vazia de pensamentos nobres, estaremos oferecendo vasto campo a expressões mentais intrusas de baixo teor, mormente aquelas que sinalizam para o desprezo pelo maravilhoso dom da vida. Ociosidade no campo mental que se transforma facilmente em inércia física, tornando a vida um campo infértil tomado por ervas daninhas como os obsessores. Eis a razão pela qual as estatísticas demonstram que a incidência do suicídio é maior entre pessoas desempregadas ou voluntariamente entregues a inação (falta de ação, de trabalho, é a inércia). Joanna de Ângelis nos recomenda que: “Tomemos cuidado com a hora vazia, sem objetivo, sem atividade. Cabeça ociosa é perigo a vista. Mãos desocupadas facultam o desequilíbrio que se instala. Preenche-a com uma leitura salutar, ou uma conversação positiva, ou trabalho que aguarda oportunidade para execução, ou uma ação que te proporcione prazer . . . O homem, quanto mais preenche os espaços mentais com as idéias do bem, mediante o estudo, a ação ou a reflexão, mais aumenta a sua capacidade e conquista mais amplos recursos para o progresso. Estabelece um programa de realizações e visitas para os teus intervalos mentais, nas tuas horas vazias, e te enriquecerás de desconhecidos tesouros de alegria e paz. Hora Vazia, nunca!”

FALTA DE FÉ: A fé é perseverante, remove montanhas de dificuldades, estimula esperança, calma, paciência, sabe esperar porque apóia na inteligência e na compreensão das coisas; e a falta dela produz incerteza, hesitação, revolta, enfraquece diante dos adversários e obstáculos; sem ela a pessoa nem procura os meios de vencer os obstáculos, porque não crê na possibilidade de vitória, na continuidade da vida após a desencarnação e nem na infalibilidade das leis divinas.
Na Suíça, o suicídio assistido foi legalizado, que consiste no seguinte: alguém que sofre de um mal irreversível qualquer solicita o auxílio de um médico, que, então, lhe prescreve determinado medicamento, em expressiva dosagem, que lhe permita desencarnar “suavemente” em alguns poucos minutos. A única condição que a lei impõe para esse tipo de suicídio é que o próprio paciente ministre em si mesmo o medicamento letal. Ou seja, o médico deve se limitar a assistir passivamente a morte lenta e gradual daquele cuja vida ele deveria preservar. Dados estatísticos demonstram que, em dez anos dessa prática vergonhosa, o número de suicídios simplesmente triplicou naquele país, já que pessoas de nações vizinhas têm se deslocado até a Suiça para se matarem em “grande estilo”.

SACIEDADE: A ONU publicou recentemente um documento em que situou a Suécia (seguida da Noruega e da Finlândia) como o país que oferece a melhor qualidade de vida da Terra, já que, por lá, questões como desemprego, fome e miséria são praticamente inexistentes. Contudo, aqueles três países registram, na ordem referida, os maiores índices de suicídio do planeta. 

MAS, POR QUE RAZÃO?
Vejamos: A revista Isto É, edição de 28/01/2004, publicou uma reportagem bastante interessante sobre uma norueguesa de nome Clara Karoliussem que, após viver por mais de cinco anos em Santos (SP), preparava-se para retornar ao seu país de origem, curiosamente, contra sua vontade, pois afirmava que, no Brasil, ela comemorava cada vitória, fruto de muito trabalho, o que não ocorria em seu país de origem, onde, em suas palavras, tudo vêm de mãos beijadas, razão pela qual não existe a satisfação íntima da conquista.
Pode-se dizer, então, que as altas taxas de suicídio verificadas naquele país decorrem da saciedade mal vivenciada de alguém que, tendo conquistado tudo que a vida pode lhe oferecer, no sentido material, passa a sentir um desconcertante vazio, decorrente da falta de perspectivas para o futuro. De fato, a saciedade material, destituída de um certo respaldo espiritual, é uma das grandes causas do desgosto pela vida.
Ressalte-se que o Brasil, com tantas mazelas sociais, surge no cenário mundial das estatísticas do suicídio apenas na 71ª (septuagésima primeira) posição, certamente em decorrência do profundo sentimento de religiosidade dos brasileiros. Então, podemos dizer que, o vínculo com uma religião é importante para desenvolvermos o respeito pela vida do próximo e pela nossa também.
E a Doutrina Espírita, na condição de Consolador Prometido por Jesus, nos alerta sobre as gravíssimas conseqüências do suicídio, no plano espiritual e nas vidas sucessivas, auxiliando-nos a repelir sugestões infelizes, tão logo se apresentem em nossa tela mental. Oferece-nos, ainda, depoimentos mediúnicos dos próprios suicidas, que nos atestam a grande frustração pela qual passaram ao se defrontarem, no além, com uma realidade muito mais terrível do que aquela que vivenciavam na Terra, justamente por terem cometido o grande engano de julgar que, ao darem fim às suas vidas carnais, estariam, também, eliminando a inextinguível essência divina que somos todos nós. Portanto, não se mate, você não morre.

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